Efeitos da Civilidade no Trabalho no Engajamento de Profissionaisde Saúde de um Hospital do Sul do Brasil.

Abstract

A descoberta do novo Coronavírus apresentou repercussão de transferência para profissionais de saúde que nos hospitais trabalham, ou seja, estes profissionais estão mais suscetíveis ao contágio por estarem mais envolvidos com as atividades relacionadas ao Covid-19. Com este panorama foi facilitado os sistemas de apoio social para os profissionais de saúde, isto significa que a pandemia proporcionou certa agilidade no processo, o que contribuiu para que estes profissionais compreendessem melhor parte dos efeitos adversos do ambiente o que, consequentemente, pode vir a minimizar o desencadeamento de patologias, e consequentemente favorecer um bom desempenho das tarefas laborais por parte dos trabalhadores.

Verifica-se a necessidade do investimento na promoção da civilidade no ambiente de trabalho, constituído por interesse pessoal dos colegas de trabalho, o respeito mútuo e a cooperação, onde ficou reiterado a importância de se conhecer tal constructo, em uma crise pandêmica, para resolução de conflitos de maneira eficaz, pois, independente da pandemia, houve respeito entre todos e de forma mútua.

O objetivo desta pesquisa foi mensurar os efeitos da Civilidade no Engajamento no Trabalho entre profissionais de saúde de um hospital do sul do Brasil. Tratou-se de uma pesquisa quantitativa, descritiva e correlacional. De acordo com Osatuke et al. (2009), a civilidade se dá por comportamentos corteses e atenciosos no local de trabalho dentro do grupo de trabalho. Conforme preconiza (Osatuke et al., 2009), a civilidade foi avaliada por meio do intrumento Workplace Civility Scale, onde é possível mensurar a percepção da civilidade entre os membros dos grupos de trabalho. Segundo Schaufeli et al. (2002), o engajamento no trabalho se refere a um estado disposicional e mental positivo em relação ao trabalho, caracterizado pelas dimensões vigor, dedicação e absorção/concentração. A escala utilizada foi Utrecht Work Engagement Scale (UWES, elaborada por Schaufeli e Bakker (2003), e validada para o Brasil por Vasquez et al., 2016).

A pesquisa desenvolveu-se dentro de um hospital que é um contexto organizacional, onde muitos profissionais de diversas áreas da saúde atuam, como médicos das mais diversas especialidades, enfermeiros, psicólogos, nutricionistas, fisioterapeutas e muitos outros. Todos os profissionais quando atuam de forma conjunta e recebem o nome de “equipe multiprofissional” ou “equipe interdisciplinar de saúde”, trabalhando e atuando coletivamente, para a promoção da saúde do utente. De um universo de 79 participantes elegíveis, 66 (taxa de resposta de 84%) participaram do estudo durante o período pandêmico. Os participantes (n = 66) eram majoritariamente do sexo feminino (67%), com idade média de 41 anos (DP = 11,6 anos), e com tempo médio de atuação na profissão de 13,4 (DP = 11,6).

A percepção do aumento ou redução do engajamento frente à pandemia foi de 26% e 32%, respectivamente. Os níveis de engajamento geral e na dimensão vigor foi maior em médicos do que nos demais profissionais. Contudo, os níveis de civilidade não diferiram entre os grupos de profissionais.

Análises de moderação mostraram que a relação entre civilidade e engajamento não diferem significativamente conforme a carga horária de trabalho semanal e o tempo de experiência profissional.