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Título: Operações de paz e stresse pós-traumático (spt) em militares portugueses
Autor: Correia, António
Orientador: Hipólito, João
Palavras-chave: Operações de Paz
Perturbação de Stresse Pós-traumático
Militares, Variáveis
Psicossociais
Data: 2015
Resumo: Os militares participantes nas Operações de Paz Internacionais, no decorrer das suas missões, estão expostos a situações de risco e acontecimentos potencialmente traumáticos, pelo que vários estudos tem sido realizados com o objectivo de avaliar os militares regressados desses conflitos e as consequências na sua saúde mental, nomeadamente ao nível da Perturbação de Stresse PósTraumático (PSPT). As perturbações mentais em situações de guerra são relativamente esperadas, no entanto as Operações de Paz (OP), devido à natureza das suas actividades, também apresentam riscos para o desenvolvimento da PSPT. A presente investigação pretendeu avaliar a prevalência de PSPT e patologia associada numa amostra de 501 militares (19 a 56 anos; M=29,36; DP=8,47) das Forças Armadas Portuguesas (Exército, Marinha e Força Aérea) e Guarda Nacional Republicana (GNR), participantes em missões no Kosovo, Afeganistão, Líbano e Timor durante o ano de 2011, e compreender a relação das variáveis psicossociais (auto-estima, coping e suporte social) com a PSPT. Foram utilizados instrumentos de avaliação; do acontecimento traumático (PSPT Checklist -versão militar), ajustamento emocional (Symptom Checklist 90 - Revised), auto-estima (Self Esteem Rogers, Tap, Hipólito e UAL), estratégias de coping (Escala Toulousiana de Coping) e suporte social (Multi-Dimensional Support Scale). A literatura apresenta uma prevalência geral de PSPT nos militares das OP variando entre 1,3% a 45% (Osório e Maia, 2010). No presente estudo os resultados revelaram uma prevalência geral de sintomatologia de PSPT de 22,5%, sendo 3,6% com diagnóstico (provável) de PSPT e 18,9% com sintomas clinicamente significativos mas que não preenchem todos os critérios para o diagnóstico. Sendo o estudo de natureza longitudinal, permitiu identificar uma percentagem prévia de 8% de PSPT antes da missão, pelo que a prevalência de PSPT decorrente da missão e da exposição aos acontecimentos potencialmente traumáticos foi de 14,5% (3% com hipótese provável de diagnóstico de PSPT e 11,5% de sintomatologia clinicamente significativa). O estudo identificou uma forte relação entre a PSPT e todas as dimensões psicopatológicas, bem como com as dimensões do coping (retraimento social e comportamental e focalização emocional) e relações moderadas com conversão comportamental, retraimento mental, denegação, aditividade e alexitimia, com influência no coping negativo (estratégias menos adaptativas), e com as dimensões negativas da auto-estima (negação e depreciação de si, tensões relacionais, perturbações anómicas, tensões emocionais e hostilidade consigo próprio), o que poderão ser possíveis preditores para o desenvolvimento da PSPT. Os resultados da investigação sugerem a necessidade da criação de um Centro de Estudos e Investigação da PSPT e um modelo integrado de avaliação e acompanh amento dos militares envolvidos nas missões, ao nível do Centro de Operações Conjuntas do Ministério da Defesa Nacional. No âmbito da Psicologia da Saúde é relevante a implementação de programas preventivos e de intervenção precoce e acompanhamento dos militares nas várias fases da missão: antes, durante e após o regresso, aos militares referenciados e encaminhados para tratamento da PSPT, inserindo-os na Rede Nacional de Apoio aos militares e ex-militares portadores de perturbação psicológica resultante da exposição a factores traumáticos de stresse durante a vida militar.
Revisão por Pares: no
URI: http://hdl.handle.net/11144/740
Aparece nas colecções:BUAL - Teses de Doutoramento
DPS - Teses de Doutoramento

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