Liderança em contextos instáveis: Stress e Stressores dos gerentes prisionais e agentes penitenciários das unidades prisionais do estado de Bahia

Abstract

Inspirada na Teoria do Reforço Cognitivo de Fiedler foi efetuada uma investigação de carácter correlacional e de índole quantitativo nas unidades prisionais da Bahia, Brasil. As hipóteses levantadas consideraram que os efeitos negativos do stresse e um estilo de liderança inapropriado têm implicações sobre a atividade da gestão e na saúde dos participantes. Numa população considerada de 1600 agentes e 100 gestores penitenciários foi selecionada uma amostra de 320 agentes e 80 gestores. Foi encontrado um alto nível de stresse na população estudada indicando que o aumento da pressão no trabalho provoca um aumento no uso de estratégias de coping menos adaptativas. Um elevado número de agentes com maiores níveis de stresse 70% (n= 224) consumia álcool ou outras drogas regularmente e 39% (n = 126) encontravam-se numa fase quase-exaustão ou exaustão. Entre os gestores prisionais 40% (n = 32) consumiam álcool ou outras drogas regularmente e 28% (n = 22) encontravam-se na fase quase-exaustão ou exaustão. Os resultados apontam também para o facto de que quanto mais os gestores são focados para as tarefas, menos valorizam seu relacionamento com os agentes penitenciários (r = - .186; p < .05), havendo uma correlação positiva do estilo de liderança focado nas tarefas (r = .112; p < .05) com os sintomas de stresse. Os resultados deste estudo mostram também que a eficácia do gestor prisional sob uma condição de elevado stresse não consiste na experiência deste mas sim no desenvolvimento de redes de relações que o ajuda a decidir em tais circunstâncias.