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Título: O efeito da música e da musicalidade na dor do pós-operatório
Autor: Calado, Carlos
Orientador: Hipólito, João
Paz, José
Palavras-chave: Dor
Pós-operatorio
Música
Preferência
Relaxante
Aptidão
Coping
Valores
Data: 5-Out-2015
Resumo: Efectuámos um estudo quase-experimental em que se investigou o efeito da música na dor do pós-operatório, comparando o efeito da música da preferência individual, a música chamada de “relaxante”, e “sem música”; investigámos a influência nesse efeito das variáveis dor e incapacidade pré-operatórias, aptidão musical, preferência musical, estratégias de coping perante a dor e valores individuais. A dor pós-operatória foi avaliada segundo a dor autoavaliada, frequência cardíaca, tensão arterial e toma de analgésicos. Os instrumentos utilizados foram a Escala Numérica da Dor (N.P.S.), um “Questionário Musical”, o Inventário Resumido da Dor (I.R.D.), o Short Test of Music Preference (S.T.O.M.P.) adaptado, o teste Medidas Intermédias de Audiação Musical (I.M.M.A.), o Inventário das formas de lidar com a dor crónica (C.P.C.I.) e a Escala de Valores de Odete Nunes (E.V.O.N.). Foram estudados 180 doentes. A diferença entre a dor média no grupo que ouviu música e no grupo que não ouviu, não foi estatisticamente significativa. No caso da frequência cardíaca, no entanto, essa diferença foi estatisticamente significativa: a frequência cardíaca média foi menor no grupo que ouviu música. Comparando o efeito da música da preferência com o efeito da música relaxante, verificou-se que a música da preferência se associou a níveis inferiores de frequência cardíaca, tensão arterial, consumo de fármacos analgésicos e diferencial entre dor final e dor inicial. Essa associação foi mais significativa nos homens, nos habitantes do meio rural, nos menos instruídos e nos mais velhos. Os nossos resultados estão pois de acordo com os autores que destacam a música de preferência individual como sendo a mais analgésica. A música relaxante, isoladamente, associou-se a níveis mais baixos de frequência cardíaca, e sobretudo nos residentes em meio urbano. Os resultados sugeriram que o nível de interferência funcional da dor pré operatória é um bom predictor da dor pós-operatória, mas não a sua intensidade. Quanto maior é a preferência pelos géneros musicais “Africana”, “Alternativa”, “Brasileira”, “Jazz” e “Latina”, maior parece ser a dor sentida no pós-operatório. A preferência pela música “Ligeira Portuguesa” e “Romântica Ligeira Portuguesa” correlacionou-se com o número de tomas de medicamentos analgésicos. A preferência musical segundo estilos parece ter uma função compensatória, no que toca à frequência cardíaca e à tensão arterial, pois a preferência por estilos musicais rápidos e enérgicos correlaciona-se com valores baixos daqueles parâmetros, enquanto a preferência por estilos lentos correlaciona-se com valores elevados. Propomos a existência de uma verdadeira “homeostasia musical” desempenhada pela preferência musical. No grupo da Música da Preferência, verificou-se que uma maior aptidão musical rítmica está associada a uma menor tensão arterial. No grupo sem música verificou-se uma correlação negativa fraca entre a aptidão musical tonal e o número de tomas de medicamentos no pós-operatório. Na nossa população os níveis de instrução musical foram baixos. A estratégia de coping “audição de música para relaxar”, o coping de “relaxamento” e o coping de “exercício” apresentaram uma correlação positiva com a redução da tensão arterial; A única dimensão de coping que se associou a uma dor pós operatória menor foi o coping “social”. Numa comparação da música com outras actividades do quotidiano, verificou-se que a música é importante no quotidiano, apenas ultrapassada pelas preferências gastronómicas. Uma maior importância atribuída aos valores intelectuais e de e auto-controlo associou-se a menores índices de dor pós-operatória. Num dos grupos, quanto maior a importância dos valores religiosos e de relacionamento interpessoal menor dor foi percebida. Este trabalho insere-se no âmbito da Psicologia Clínica, e de uma forma geral das Neurociências, pretendendo ser uma contribuição para a Humanização dos cuidados da saúde. Como Blacking escreveu “música é o som humanizado” (Blacking, 1973, p.3) .
Revisão por Pares: no
URI: http://hdl.handle.net/11144/1868
Aparece nas colecções:BUAL - Teses de Doutoramento
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